Esta casa desmesurada, cheia de gente mas também cheia de lugares vazios e quartos desabitados e fechados, cheia de vozes, silêncios, ressonâncias, mistérios, medos e encantações e assombros aparece assim como o jardim o parque o pinhal e a quinta em muitos os poemas e contos que ao longo dos anos escrevi. É a casa de Hana do conto “Saga”, o jardim do Rapaz de Bronze. E, múltipla, a casa é também “um dos palácios do Minotauro” de que falo num dos meus poemas. É igualmente esta a casa que o meu primo Ruben A. descreve no seu livro O mundo à minha procura: uma óptima descrição, tão exacta e veemente que poderá parecer inventada. Mas nunca nada é inventado.
(Sophia de Mello Breyner Andresen – Excerto de um texto autobiográfico inédito, in Paula Morão, “Nunca nada é inventado”, COLÓQUIO/Letras nº 176, Janeiro/Abril de 2011.)
3 comentários:
Esta família Andresen foi mesmo abençoada no que toca a escrita ...
De repente deu-me vontade de voltar ao Porto, visitar o Jardim Botânico, a Casa de Campo Alegre, Serralves, a Casa da Música, o Bolhão, a Ribeira, o Castelo do Queijo...ah, e já agora, uma comunidade de leitores :)
Imaginam por exemplo, um encontro com uma Comunidade de Leitores na ... Livraria Lello ?
Será que têm ??
:):)
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