15 dezembro 2012

Ainda o Grande Gatsby

Capa da edição original de 1925
F. Scott Fitzgerald marcou e «criou» a geração dos «loucos» anos 20, a «geração perdida» entre as Guerras, para a qual é necessário viver a todo o custo, apesar de tudo e todos. Tanto pela sua obra como pela sua vivência pessoal.
O grande Gatsby é o epítome da «Jazz age», das «flappers», das festas loucas, personagens ao sabor do vento, fazendo tudo o que lhes é permitido,  numa América que saboreia uma «libertação» moral, o progresso técnico e o dinheiro fácil. Gatsby aparece como uma materialização do «sonho americano»: o enriquecimento (de que forma?), que permite a qualquer um ser «alguém», ir a qualquer lado, conquistar tudo, alcançar o sonho. Paradoxalmente, o sonho de Gatsby é um desejo de aceitação, de reinvenção, para alcançar um vácuo passado de ecos românticos. Contudo na «terra dos sonhos», nem estes se alcançam ou se compram. Ou se tornam realidade...Realidade que se revela, sob as rodas de um carro veloz, no «Vale das Cinzas», que separa dois mundos distintos na «terra de todas as oportunidades» e supostas igualdades, onde as personagens amorais vagueiam sob o olhar sem face do Dr. J. T. Eckleburg...

2 comentários:

Manuel José disse...

Muito bem. Eu acho que não se pode amar como o Jay Gatsby amava. Uma paixão que se arrasta por cinco anos é uma autodestruição portentosa. (Não sei se adjectivação é adequada, eu não sei nada... nem quero saber...). Mas gostei de o conhecer.

Paula M. disse...

Estou de acordo e gosto da expressão «autodestruição portentosa»...Porque acabou por ser isso mesmo...