01 agosto 2013

Leituras de EL INGENIOSO HIDALGO - começam hoje

Apreciei muito o soneto dialogado entre Babieca, cavalo de Cid el Campeador, e o infeliz Rocinante. Por me desgostarem muito as conversas dos homens, cada vez aprecio mais as que têm lugar entre animais.
Queso manchego Rocinante, um bocado caro - como tudo o que é bom -, por isso levo apenas duas fatias. Vinho de Castilla-La Mancha é que não encontrei, teria de ir ao supermercado do El Corte Inglés, o que não se conforma com as minhas actuais disposições. Como alternativa, levo tinto da Amareleja, D.O.C. 2009 - para quem não saiba, um dos melhores anos de produção vinícola.
En un lugar de la Mancha, de cuyo nombre no quiero acordarme, no ha mucho que vivía un hidalgo de los de lanza en astillero, adarga antigua, rocín flaco y galgo corredor. Una olla algo más de vaca que carnero, salpicón las más noches, duelos y quebrantos los sábados, lentejas los viernes y algún palomino de añadidura los domingos, consumían las tres partes de su hacienda.
 

2 comentários:

Maria Amélia disse...

Numa sessão em ambiente um pouco ruidoso para mi gusto, com uma vista límpida e soberba da cidade que temos, lá fomos digerindo versões e traduções, qual delas mais traditora? do nosso D. Quixote deles, espanhóis, obra maior. Durante a leitura, muitas coisas me foram perpassando pelo espírito. Algumas partilhadas, outras nem por isso. Não já da leitura antiga, sob o signo da ingenuidade, assim me foi dito, mas de uma outra época, emerge o desejo nunca realizado de visitar La Mancha, afinal não tão longe assim e nós sempre a trilhar-lhe os contornos geográficos sem nela mergulhar, país de longes e moinhos de vento--imagino. Um dia desses, quase à má fila, como a estas coisas poderá afinal convir, uns três ou quatro, que mais não pede a função, combinam uma escapadela em demanda do nosso herói e das suas aventuras...E quem quiser, alinhe.

Manuel Nunes disse...

A LITERATURA É AERÓBICA, NÃO É AGORAFÓBICA - divisa bimby que passo a adoptar para estas leituras de rua.
Foi muito bom e divertido: o livro, o tinto, as espanholas maravilhadas com os leitores do Quijote e, já no final, a extraordinária conversa (sobre Borges e a cultura gaúcha) que mantive em portunhol com um português que eu julgava argentino.
Ah!ah!ah!- as vergonhas por que um homem passa.