18 março 2015

Simplesmente Maria


Tesourinhos deprimentes, extraídos da internet: quem se lembra da rádio novela "Simplesmente Maria"? 

Simplesmente Maria era um folhetim que passou na Rádio Renascença, ao longo de 500 episódios (ena tantos...), entre Março de 1973 e Novembro de 1974, transpondo, por isso, o tempo da Revolução do 25 de Abril de 1974. 

Cada episódio ia para o ar depois do almoço, entre as 13:30 e 14:30 horas, mais coisa menos coisa.
A história deste folhetim radiofónico, uma espécie de telenovela sonora, girava à volta de amores e desamores da figura central, uma jovem criada chamada Maria.
Era uma história de "faca e alguidar", muito característica das novelas mexicanas.
Certo é que folhetim prendeu literalmente a atenção de milhares e milhares de portugueses (mulheres em particular) durante quase dois anos. Após o almoço, as mulheres da altura, quase todas domésticas, ficavam de ouvido colado ao aparelho de rádio e lenço na mão para enxugar as lágrimas. Era uma hora "solene" tudo parava para não se perder pitada dos diálogos e discussões da Maria com o Alberto, o Tony, filha da Maria, do Estevão e todos os outros. Só visto...ou melhor...só ouvido. Depois, eram as conversas à volta do assunto, as opiniões e os palpites quanto ao rumo da história. Situação parecida, só se verificaria uns poucos anos mais tarde (1977) com a telenovela brasileira "Gabriela", a primeira a passar na RTP.

A popularidade era tal que, a par da versão radiofónica, era publicada semanalmente a versão em revista, a chamada fotonovela, com edição a cores, que se tornou assim muito popular, rivalizando com as famosas fotonovelas da Corin Tellado que nessa época eram devoradas pelas mulheres portuguesas.

3 comentários:

Manuel Nunes disse...

Ó minha amiga, tás a mangar ca gente ou quê? Anos 50, Rádio Clube Português, o TEATRO TIDE -- isso é que era. Respigo este comentário (de um tal "gin-tonic") do blogue RUA DOS DIAS QUE VOAM:
«O "Tide" patrocinou um dos maiores sucessos da rádio dos anos 50. O Teatro Radiofónico já existia na então Emissora Nacional mas é a transmissão do folhetim, ou radionovela, "A Força do Destino", no Rádio Clube Portugês, que consegue um impacto que marca a História da Rádio em Portugal. Como diz Matos Maia no seu livro "Telefonia": "emocionou o país, fez chorar centenas de pessoas, criou revolta e raiva noutras tantas."
É graças ao folhetim que o Tide se consolida em Portugal.
Popularmente o folhetim era conhecido como o "folhetim da coxinha". Os "Parodiantes de Lisboa" fizeram, então, uma charge ao folhetim a que chamaram, "Perninha Marota"»

Joca disse...

Não é do meu tempo, meu amigo...:)

Custódia C. disse...

Ainda estou a rir à gargalhada com este tesourinho deprimente :) :) :)

Bem metido, sim senhora!