31 dezembro 2015

Doze meses, doze livros e muitos encontros...

Últimos dias de Dezembro. Chegámos ao fim de mais um ano de leituras, com direito a jantar festivo e uma sessão que vai ficar como uma das nossas relíquias intemporais. Apesar de duas ou três ausências, a quem sentimos a falta, juntar 34 pessoas em torno de um romance do Eça, tão especial como é a A Relíquia, não pode passar sem registo. Os testemunhos de alguns e a sensibilidade de outros, deixaram-nos a todos mais ricos. Afinal é sempre bom quando chegamos "ao final do dia" e aprendemos algo de novo.


Mas não foi só em Dezembro que a magia aconteceu. O ano foi todo ele cheio de momento altos, começando logo a aquecer com o Fahrenheit 451, que para além do livro nos fez também rever o filme (abençoado YT), que nos levou a um passado recente de boas memórias para muitos. Não é um belo paradoxo, amantes de livros a ler algo sobre a queima dos mesmos? Para não perder o ritmo, com Fevereiro chegou Samarcanda e mais uma vez a magia do Oriente invadiu-nos os dias e os sonhos. Quem é que não gostaria de viajar pela rota da seda e pernoitar um dia num Caravançarai? 
Março trouxe-nos o bom humor e as aventuras de Varguitas e do seu folhetinesco A Tia Júlia e o Escrevedor. Quem não se lembra de Pedro Camacho, a sua chávena de chá e as suas excêntricas radio-novelas? 

Em Abril, mês de liberdade, a revolução soou bem alto com Franceses, Marinheiros e Republicanos. A presença da simpática escritora Filomena Marona Beja abrilhantou uma sessão, em que os cravos vermelhos tiveram lugar de destaque. Neste mês houve ainda tempo para alguns dos nossos rumarem até Vila Franca de Xira e entre sável frito, concertos e literatura houve também sonhos para o futuro. 


O mês de Maio, para além da Primavera trouxe também A Ronda da Noite, a escrita inigualável da Agustina e a pintura magistral de Rembrandt. Alguém ainda tentou trazer o o capitão Frans Banning Cocq e o tenente Willem van Ruytenburg à nossa sessão de leitura, mas eles não estavam para aí virados. Mais perderam! 


O Verão chegou com o mês de Junho e a Comunidade estendeu-se para fora de portas. Antes da análise de O Belo Adormecido, rumámos à outra margem e passámos um dia memorável por terras de Almada. O Parque da Paz deu-nos o ambiente perfeito para mais umas aventuras do nosso D. Quixote e Sancho Pança. Julho e Agosto já com sabor a férias, levaram alguns até Tomar e à belíssima festa dos Tabuleiros. As leituras trouxeram As Ondas e As Horas com a inquietude de Virgínia sempre presente. 


No doce Setembro viajámos pelo Palácio da Lua, que nos levou ainda a Tintin, a Júlio Verne e a Cyrano de Bergerac entre muitas outras associações. As Pupilas do Senhor Reitor, animaram Outubro com a sua ingenuidade e ruralidade, mas deixaram também no ar a seguinte pergunta: qual a ligação entre o Che Guevara, Demócrito e Heraclito? Com o ano a caminhar a passos largos para o fim, A Noite e a Madrugada estenderam-se pelo mês de Novembro e com elas percorremos os caminhos do contrabando. Afinal não somos nós próprios contrabandistas de leituras? 

Muitas outras coisas aconteceram nos intermeios tais como convívios de aniversário, teatro, passeios, visita aos moinhos de maré de Corroios e com um destaque muito especial, o apadrinhamento de mais uma Comunidade de Leitores, desta vez na Biblioteca Municipal José Saramago no Feijó, dinamizada pelo nosso Davide Freitas.


E assim entre as histórias da escrita, a amizade, os encontros e os momentos especiais deixamos este ano Velho e acolhemos o Novo, sempre em torno dos livros e do sonho que proporcionam ...

3 comentários:

Anónimo disse...

Bia agradece....

Muito obrigada Custódia, por esta resenha do que foi um ano intenso de leituras e afins.

Que venha o Novo Ano com muitas coisas boas!

Manuel J. M. Nunes disse...

Boa resenha. E que dizer desses 9 da Festa dos Tabuleiros? A coroa do Espírito Santo nas mãos de um in-fiel! Quem se lembra?

Maria Amélia disse...

Sim, a coroa... mas, para já, um muito obrigado pelo trabalho de síntese a outra Coroa. (E quando eu perder um pouco da vergonha causada, vou voltar "àquela" cena).