AS BICICLETAS EM SETEMBRO fala de trajectórias amorosas e de que todos os destinos sentimentais ocultam histórias subterrâneas. Fala, também, da beleza perversa das relações humanas, e de que as pessoas suportam tudo, menos a solidão, a separação e a perda. É uma parábola sobre perdedores - todos nós. Porque cada um de nós perdeu alguma coisa. (Da contracapa do livro)
I
As bicicletas de Setembro rolam
no asfalto quente (...)
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Vamos assim em roda livre
e os peixes mordem o isco
nas águas mais profundas. Bicicletas
voltam ao parque fechado. Vem
também habitar este palácio de ócio
onde o ópio transpira das paredes.
Risco maior não é a velocidade
mas o estilo bom da pedalada.
EDUARDO GUERRA CARNEIRO
"Profissão de Fé"
Epígrafe do romance de Baptista-Bastos, "As Bicicletas em Setembro"
II
O CICLISTA
O homem que pedala, que ped' alma
com o passado a tiracolo,
ao ar vivaz abre as narinas:
tem o por vir na pedaleira.
ALEXANDRE O' NEILL
"Poemas com Endereço"