22 julho 2015

A última carta a Leonard

Leonard e Virgínia

"Querido, tenho certeza de que estou enlouquecendo de novo. Sinto que não podemos passar por outra daquelas terríveis fases. E desta vez não ficarei curada. Começo a ouvir vozes, e não posso me concentrar. Assim, estou fazendo o que me parece melhor. Você me deu a maior felicidade possível. Não creio que duas pessoas pudessem ser mais felizes até chegar esta doença terrível. Não consigo mais lutar. Sei que estou estragando a sua vida e que sem mim você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Está vendo, nem consigo mais escrever adequadamente.

Não consigo ler. O que quero dizer é que devo a você toda a felicidade da minha vida. Você foi absolutamente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer isso — e todo mundo sabe. Se alguém pudesse me salvar, teria sido você. Perdi tudo, menos a certeza da sua bondade. Não posso mais continuar estragando sua vida. Não creio que duas pessoas tenham sido mais felizes do que nós fomos."

Encontrei a carta nesta página. Vale a pena ler o ensaio de Euler de França Belém.

10 julho 2015

[Quarta, 16 de Setembro] [1931]
Ah, mas esta manhã sou como uma abelha na flor da hera - não consigo escrever de tanto prazer. O John diz [sobre As Ondas] : «Mas adorei, adorei de verdade, e impressionou-me profundamente, fiquei assombrado pelo que conseguiu fazer com um método inteiramente novo... Parece-me que só existe uma parede finíssima a separar a poesia de um romance como o seu. Você consegue aliar a velocidade da prosa à intensidade da poesia.»

09 julho 2015

IMPRESSÃO, SOL NASCENTE

CLAUDE MONET (1872), óleo sobre tela, 48 cm x 63 cm, Museu Marmottan
 
«Um disco de fogo ardeu no rebordo do horizonte e o mar à sua volta tornou-se um esplendor de ouro.» --- VIRGINIA WOOLF, As Ondas.
Começo a leitura, hoje, com um fio de impressionismo atravessado nos olhos.