28 fevereiro 2012

"A Brasileira de Prazins", de Camilo Castelo Branco, dia 30 de Março de 2012, às 21H

Cena do Minho

O livro começa com o autor a descrever num prólogo como lhe veio parar às mãos uma carta desesperada escrita por uma jovem, a Marta de Prazins a José Dias, o homem que ama e que está a morrer. O autor recorre então a um conhecido que lhe relata a história.
O romance em si, conta duas histórias. Após introduzir as personagens que vão ser centrais na segunda parte do livro, este passa a centrar-se na história de um falso D. Miguel que se esconde na casa de um padre minhoto. Deste modo Camilo procura dar ao leitor um retrato das condições sociais, políticas e económicas do Minho no período pós-Lutas liberais.
A segunda parte do livro conta a história de Marta e do seu amor por José Dias, e como ela acaba conhecida como a brasileira de Prazins.

20 fevereiro 2012

MESMERISMO

Franz Anton Mesmer (1734-1815) -  Divulgador do "magnetismo animal" - sonambulismo provocado e lucidez sonambúlica - como método terapêutico.
 
 
Ela [Anna O.  ou Bertha Pappenheim] sofria de histeria e de certos sintomas incapacitantes (...). A minha abordagem consistiu em remover  sistematicamente cada sintoma , ajudando a minha paciente a recordar, com a ajuda do mesmerismo, o trauma psíquico esquecido no qual tivera origem.

IRVIN D. YALOM, Quando Nietzsche Chorou, Parede, Edições Saída de Emergência, 2010, p. 20.

18 fevereiro 2012

Entre a realidade e a ficção

Médico e fisiologista austríaco, vienense, há quem atribua a Breuer a fundação da psicanálise.
Se se relacionou com Lou Salomé e Nietzsche...não se sabe.


16 fevereiro 2012

Cherchez la femme


Nascida Liolia von Salomé, batizada Louise von Salomé, conhecida como Lou Salomé.
Uma grande mulher no caminho de muitos grandes homens.
E nada foi como dantes.

15 fevereiro 2012

Pela grafia dupla * (MEC)

«[É difícil de ler quem escreve segundo o Acordo ortográfico] e quem não segue? Claro que não. Habituemo-nos então às duplas grafias. Concordemos em discordar», escreve Miguel Esteves Cardoso na sua crónica publicada no diário português “Público”.

No “Público”de [8/02/2012], graças à Cláudia Carvalho e à Isabel Coutinho, estava a solução do desacordo ortográfico. Descobriram-nas nas palavras de dois inteligentes amigos meus: as de António Emiliano, da Universidade Nova de Lisboa, e as de António Feijó, da Faculdade de Letras de Lisboa. Os portugueses gostam tanto de obedecer como de pôr os outros a obedecer. Brigam muito, mas acham que abriga deve acabar por acabar.
Quando isso acontecer, uns ganham e os outros perdem. A partir desse momento, os que perdem devem obedecer aos que ganham. Numa coisa, secretamente sinistra, todos concordam: uma vez estabelecida a"norma" (pense na ópera de Bellini) todos devemos obedecer.
Porquê? É difícil de ler o Miguel Sousa Tavares no Expresso que segue o AO? Ou o Rui Tavares [no “Público”], que não segue? Claro que não. Habituemo-nos então às duplas grafias. Concordemos em discordar.
Nos dicionários registem-se as duas variantes, com a devida indiferença. Daqui a cinquenta anos, ver-se-á quais são as grafias mais e menos populares. É assim que a ortografia irá mudando: naturalmente, mas saudavelmente constrangida por apenas duas versões, ambas correctas ou corretas. Eu leio a última palavra como se rimasse com "forretas"e significasse quem corre e foge mal haja um problema. Mas percebo que haja quem leia "correcto" como analmente retentivo. E exija castigo correcional nas nádegas, somando o cu e o recto.
Vivamos em Desacordo Ortográfico.
Miguel Esteves Cardoso
* In crónica publicada no jornal Público do dia 10 de fevereiro de 2012, na coluna diária do autor, «Ainda Ontem»
Sugestão de publicação enviada pelo Leitor Helder Maia

14 fevereiro 2012

Namorados da cidade

“Lovers” - Marc Chagall
 
 
Namorados de Lisboa,
à beira Tejo assentados,
a dormir na Madragoa.
Namorados de Lisboa,
num mirante deslumbrados,
à beira verde acordados.
Namorados de Lisboa,
ao Domingo uma cerveja,
uma pevide salgada,
uma boca que se beija
e que nos sabe a cereja,
a miséria adocicada,
à beira parque plantada.
Namorados de Lisboa,
sempre, sempre apaixonados,
mesmo que a tristeza doa,
namorados de Lisboa.
Namorados de Lisboa,
na cadeira dum cinema,
onde as mãos andam à toa,
à procura de um poema,
namorados de Lisboa,
que o mistério não desvenda
até que o escuro se acenda.
Namorados de Lisboa,
a apertar num vão de escada
o prazer que nos magoa
e depois não sabe a nada.
Namorados de Lisboa,
a morar num vão de escada.
Namorados de Lisboa,
sempre, sempre apaixonados,
mesmo que a tristeza doa,
namorados de Lisboa. 
Ary dos Santos 
Poema enviado pelo nosso Leitor Helder Maia

03 fevereiro 2012

E também o filme...




O filme de Pinchas Perry que não sei se passou nas nossas salas de cinema, é, aparentemente, muito fiel ao livro, uma vez que teve a colaboração do próprio escritor Irvin D. Yalom.

Detalhes técnicos do filme  aqui!

A preto e branco


Lou Salomé, Paul Reé e Friederich Nietzsche (1882).

“ …Nietzsche estava tão entusiasmado com o nosso ménage à trois, que insistiu, uma tarde em Lucerna, em que posássemos para isso: a única fotografia da nossa profana Trindade.

Na fotografia que entregou a Breuer, estavam dois homens de pé em frente a uma carroça; ela estava ajoelhada dentro do veículo, brandindo um pequeno chicote.

- O homem da frente, de bigode a olhar para o céu, é Nietzsche – disse calorosamente – o outro é Paul.

Breuer examinou a fotografia com atenção. Perturbou-o ver os dois homens – gigantes patéticos e agrilhoados – domados pelo chicote daquela bela e jovem mulher.

- O que acha do meu estábulo Dr. Breuer? …»
 

In “Quando Nietzsche Chorou” de I.D.Yalon

“Quando Nietzsche chorou” de Irvin D. Yalom, Sexta-feira 24 de Fevereiro às 21h00


Romance que se desenrola entre a ficção e a realidade, parece ter tudo para nos prender da primeira à última página. Foi isso que senti a partir do momento em que o carrilhão de San Salvatore, em Veneza, bateu as nove horas da manhã e me deparei com o pedido de ajuda de Lou Salomé ao Dr. Josef Breuer, para curar um certo desespero de Nietzsche através da polémica técnica por si utilizada, terapia pela conversa…
Continuemos!