25 abril 2007

27 de ABRIL, 21 HORAS

1º AMIGO (bebendo conhaque e soda, debaixo de árvores, num terraço à beira-d´água)

Camarada, por estes calores de Estio que embotam a ponta da sagacidade, repousemos do áspero estudo da Realidade humana... Partamos para os campos do Sonho, vaguear por essas azuladas colinas românticas onde se ergue a torre abandonada do Sobrenatural, e musgos frescos recobrem as ruínas do Idealismo... Façamos fantasia!...

2º AMIGO

Mas sobriamente, camarada, parcamente!... E como nas sábias e amáveis alegorias da Renascença, misturando-lhe sempre uma Moralidade discreta...

(Comédia inédita, do prólogo de "O Mandarim")

3 comentários:

João António disse...

Já fiz uma segunda leitura, dum livro que se lê de um fôlego. Elegi uma constelação de palavras do livro:
1)burguesia;ambição;ouro;bajuladores;miséria;
orgia;
2)consciência;graça;Deus;não-ser;felicidade

A partir daqui ando a tentar urdir um «novo texto»
João Pequenão

Manuel Nunes disse...

Acho que é um excelente exercício.
Isto é o que se chama leitura criativa.

Manuel

João António disse...

A dada altura o Teodoro entra em contacto com a «generala», que era esposa do general Ramiloff.
Curiosa esta expressão.
Quando estive no Ultramar, apercebi-me que as «Dignissímas esposas dos Exmsº Senhores Oficiais» também elas gostavam de se assumir com as patentes dos cara-metade.
Coisas tristes, do triste fadário de quem tem que os/as aturar.
João Pequenão