29 outubro 2013

O D.QUIXOTE DO SEGUNDO LIVRO

DULCINEIA DEL TOBOSO, Monumento a Cervantes, Praça de Espanha, Madrid. Escultura de Federico Coullant-Valera (1912-1989).
 
“ – Sobre isso há muito que dizer – respondeu D. Quixote – Deus sabe se há Dulcineia ou não no mundo, ou se é fantástica, ou não é fantástica; e estas não são das coisas cuja averiguação se há-de levar até ao fim.”
Livro II, Cap XXXII, lido ontem na Comunidade “Ler Dom Quixote”, excepcionalmente no Palácio Marquês de Pombal, Rua do Século, Lisboa.


28 outubro 2013

PLANO DE LEITURAS DE 2014

Autor: DANTE CATELANI (1945, São Domingos do Sul, RS, Brasil)
 
 
1º trimestre – Literatura de expressão Portuguesa
31 Janeiro – Bastardos do Sol, de Urbano Tavares Rodrigues
28 Fevereiro – Terra Sonâmbula, de Mia Couto
28 Março - Oríon, de Mário Cláudio
2º trimestre – O tempo de D. João V, leituras prodigiosas
17 Abril – Memorial do Convento, de José Saramago
30 Maio – O Judeu, de Bernardo Santareno
27 Junho – A Redenção das Águas, de Carlos Querido
3º trimestre – Literatura de expressão Francesa
25 Julho – Como a Água que Corre, de Marguerite Yourcenar
29 Agosto – O Tartufo, de Molière
26 Setembro – Germinal, de Émile Zola
4º trimestre – Literatura do mundo
31 Outubro – A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera
28 Novembro – O Elefante Evapora-se, de Haruki Murakami
19 Dezembro – Amor em Tempos de Cólera, de Gabriel Garcia Marquez
 


27 outubro 2013

NA SESSÃO DESTE MÊS

Nenhum Olhar, de JOSÉ LUÍS PEIXOTO.
                                            
                                           E disto, quem é que se lembra?
Como o tempo passa!

26 outubro 2013

EN UN LUGAR DE LA MANCHA...

A segunda série de leituras inicia-se em 9 de Novembro, sábado, a partir das 10  horas, na sala polivalente da Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana. Uma hora ou o dia inteiro, o importante é participar.

20 outubro 2013

E não fui ...

Foto minha. Cegonhas na Aldeia da Luz

"... Não vás. E não fui. Ainda que todo o dia, toda a vida, tivesse esperado por aquele instante, único entre todos os instantes, ainda que tivesse imaginado o mundo ao pormenor depois da fronteira pequena daquele instante, não fui. Não vás. Ainda que se tivesse levantado uma cegonha a planar como um abraço que nunca demos, mas que julgámos possível, ainda que todo eu a tenha olhado, ainda que lhe tenha dito espera por mim, hoje vou buscar-te, ainda que o crepúsculo nos tenha visto onde só vão os mais sinceros, entrei neste quarto, e deitei-me nesta cama, e deixei que o instante único passasse indistinto e que toda a minha vida se tornasse um lugar penoso de instantes desperdiçados, instantes desperdiçados antes do tempo, durante o fastidioso do seu tempo, depois da memória má do seu tempo, no tédio de não ter e não esperar nada. Não vás. E não fui..."

in "Nenhum Olhar" de José Luís Peixoto

10 outubro 2013

"Nenhum Olhar" de José Luís Peixoto - 25 de Outubro, 21h00


E pegando no post ali de baixo do Manel

A abrir

"Hoje o tempo não me enganou. Não se conhece uma aragem na tarde. O ar queima, como se fosse um bafo quente de lume, e não ar simples de respirar, como se a tarde não quisesse já morrer e começasse aqui a hora do calor. Não há nuvens, há riscos brancos, muito finos, desfiados de nuvens. E o céu daqui parece freso, parece a água limpa de um açude ..."

"Nenhum Olhar" de José Luís Peixoto

08 outubro 2013

ANTÓNIO RAMOS ROSA (de novo, para não esquecer)





Estar Só é Estar no Íntimo do MundoPor vezes   cada objecto   se ilumina 
do que no passar é pausa íntima 
entre sons minuciosos que inclinam 
a atenção para uma cavidade mínima 
E estar assim tão breve e tão profundo 
como no silêncio de uma planta 
é estar no fundo do tempo ou no seu ápice 
ou na alvura de um sono que nos dá 
a cintilante substância do sítio 
O mundo inteiro assim cabe num limbo 
e é como um eco límpido e uma folha de sombra 
que no vagar ondeia entre minúsculas luzes 
E é astro imediato de um lúcido sono 
fluvial e um núbil eclipse 
em que estar só é estar no íntimo do mundo 

António Ramos Rosa, in "Poemas Inéditos"

Para um Amigo Tenho SemprePara um amigo tenho sempre um relógio 
esquecido em qualquer fundo de algibeira. 
Mas esse relógio não marca o tempo inútil. 
São restos de tabaco e de ternura rápida. 
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo. 
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol. 

António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa
"

07 outubro 2013

VAMOS A MAFRA?




Ora aqui temos nós uma belíssima oportunidade para visitar o Palácio-Convento de Mafra-- aspiração expressa de muitos, antecedendo, ou não,  a leitura do MEMORIAL, por alguns levado já em feliz inspiração de outras voltas, em Monte Junto centradas, num animado fim de semana de tendas armadas e outros espíritos, de amizade e convívio, igualmente armados. Então vamos lá: proposta para dia 3 de Novembro, domingo, com visita matinal gratuita ao monumento e tardada comida e regada, em piquenique estudada, terminando com o dito concerto a 6 ORGÃOS-6! Os bilhetes para o concerto adquirem-se localmente, no próprio dia e não sei quanto custam. Mais não posso adiantar, por enquanto. Espero os adesivos-- perdão, os aderidos, não, os aderentes. Expressos.

http://www.igespar.pt/pt/agenda/10/2780/

02 outubro 2013

O ALBATROZ DE BAUDELAIRE

Às vezes no alto mar, distrai-se a marinhagem
Na caça do albatroz, ave enorme e voraz,
Que segue pelo azul a embarcação em viagem,
Num voo triunfal, numa carreira audaz.

Mas quando o albatroz se vê preso, estendido
Nas tábuas do convés, — pobre rei destronado!
Que pena que ele faz, humilde e constrangido,
As asas imperiais caídas para o lado!

Dominador do espaço, eis perdido o seu nimbo!
Era grande e gentil, ei-lo o grotesco verme!...
Chega-lhe um ao bico o fogo do cachimbo,
Mutila um outro a pata ao voador inerme.

O Poeta é semelhante a essa águia marinha
Que desdenha da seta, e afronta os vendavais;
Exilado na terra, entre a plebe escarninha,
Não o deixam andar as asas colossais!

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal" 

 Versão de Delfim Guimarães

01 outubro 2013

DIA 25

Grande confusão aqui em casa por entre a papelada e o material impresso. Estava a ver que não conseguia encontrar o livro. Safa!