Revista "Ler", nº 67, Verão de 2005
«Não me incomoda ser um cavalo, sobretudo agora que posso pastar livremente, sem que já nada me atormente, a não ser a memória, pelas verdes pastagens da eternidade; do que eu nunca gostei, e ainda não gosto, é de cavaleiros andantes, ou antes, cavalgantes, pois quem realmente andava éramos sempre nós. Eu sei que, excepto nas corridas, quem faz a glória do cavalo é o seu cavaleiro. Se eu não tivesse tido como cavaleiro o senhor Quixote de la Mancha, ou Quixada ou Quesada, que até hoje não sei ao certo como diabo ele se chama, o meu nome teria sido esquecido por todos, antes mesmo de eu morrer.
Infelizmente não foi. (...)»
JOSÉ EDUARDO AGUALUSA, "Rocinante"
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