03 junho 2015

A VER ALMADA(S)











Átrios de Honra (?) das Gares Marítimas de Alcântara e Rocha do Conde de Óbidos (o Palácio respetivo a pontuar a encosta, atual Cruz Vermelha).Os fabulosos painéis de Almada Negreiros, ali à mercê da nossa vista, deleite estético, observação em busca de contextos, motivos, símbolos, intenções do artista. Composições, de maravilhosas (A Nau Catrineta...) a denunciantes (ou apenas descritivas?) de situações sociais, o mundo do trabalho duro à beira rio, a dor da despedida no embarque. Várias realidades, um mesmo mundo, aquele que o Estado Novo queria ver plasmado nas primeiras imagens que o estrangeiro captasse, ao desembarcar na capital, sendo também estas das últimas a fixar para quem partia...
Os painéis que abrem, para nós, estas janelas no Tempo e na Memória, não conseguem distrair-me completamente de uma outra vista, que o sol modela na Outra Margem: ao Almada contrapõe-se Almada, Al-Madan, fortaleza sobranceira ao Tejo de aurífero areal, lendário ou não. Eis as vistas.

6 comentários:

Custódia C. disse...

Ah os belos painéis !!!!

Joca disse...

Ah, as belas vistas das margens...(das duas)...
E porque é que não há mais barcos por este rio acima? :)

Maria Amélia disse...

Boas observações, queridas amigas. os painéis lá estão, mas os barcos desapareceram deste "Mar", que é o Tejo (o rio que realmente passa na minha aldeia). E digo "desapareceram" porque houve tempo, e não está assim tão longínquo, em que muitas mercadorias vinham dar à cidade e dela também partiam, num enxame de velas e batelões e muitas foram as embarcações especializadas que percorriam estes caminhos aquáticos, deslizantes e rápidos como nenhuma estrada de antanho.
E direi mais: como a canção, eu vi ou então sonhei, que do alto do castelo da Almada, se avistavam hidroviões poisados no Tejo, ali mesmo, nestas imediações, e correria o ano de 1958?

Joca disse...

Nasci nesse ano...ano de tromba de água nesse inverno, numa terra ao sul. E eu boiei nas águas do corredor da casa, no berço, qual Moisésina moura :)as palavras são como as cerejas...

Maria Amélia disse...

Podes crer!E a presença da água, sempre, com barcos ou sem eles.

Custódia C. disse...

Não sei o que se passava nestas terras no ano de 1958. Ainda mal abria os olhos lá para as bandas de uma aldeia perdida na planície alentejana ..