Ontem, lendo as primeiras narrativas
de Vidas Secas, lembrei-me de Morte e Vida Severina (1955), de João
Cabral de Melo Neto, texto muito lido e comentado nos meus círculos juvenis de
finais de sessenta. O exemplar aí em cima foi comprado no Centro do Livro
Brasileiro – R. Rodrigues Sampaio, 30-B, Telef. 46470, Lisboa –, conforme etiqueta
colada na última página. “Auto de natal pernambucano”, assim se diz em
subtítulo. Na verdade, a história de um retirante em direcção ao Recife, acossado
pela miséria e a fome – uma “vida seca”.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
1 comentário:
"Morte e Vida Severina", poema/romance ou romance/poético... Texto poético belíssimo, isso sim :)
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