Como a autora refere, o relato autobiográfico nunca é fidedigno. Interpõem-se entre o narrador (autobiógrafo) e os factos narrados os ponderosos efeitos da memória e da selectividade (por vezes inconsciente). É por isso que de acordo com Jean Starobinsky, um estudioso de literatura autobiográfica, a imagem do eu transmitida na autobiografia não é dissociável de um certo coeficiente de alteridade.
Isto para dizer o quê? Que estoy encantado com o livro da Rosa Montero, e que apesar de tudo o que se diz sobre a impostura inerente aos escritos autobiográficos, me pareceu muito sincero e corajoso o capítulo 3, aquele em que a autora, com vinte e três anos, se envolve sexualmente com o actor de cinema M.
Uma boa surpresa este livro que já li até metade. Lá estaremos dia 18, no nosso espaço de livros e emoções.
Isto para dizer o quê? Que estoy encantado com o livro da Rosa Montero, e que apesar de tudo o que se diz sobre a impostura inerente aos escritos autobiográficos, me pareceu muito sincero e corajoso o capítulo 3, aquele em que a autora, com vinte e três anos, se envolve sexualmente com o actor de cinema M.
Uma boa surpresa este livro que já li até metade. Lá estaremos dia 18, no nosso espaço de livros e emoções.
M.N.
3 comentários:
É uma das coisas que gosto: é quando um livro novo, de um autor que não conheça se revela uma boa surpresa ...
Esqueçam esse disparate do "muito sincero" e "corajoso" capítulo 3. É o que faz atrevermo-nos a juízos quando não se passou da primeira metade do livro. Agora que li tudo sei que há três versões do episódio narrado no tal capítulo. Três? Não serão mais? Como este leitor é ingénuo!
M.N.
Eis um livro que nos conduz aos bastidores da escrita.
Sobre que andaimes se erige a escrita, e os enviesamentos que a sustenta. Gostei, até porque a metáfora da baleia, esse animal que só se deixa entrever, como alguém frisou, é excelente.
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