"A Julia Urquidi Illanes a quem tanto devemos eu e este romance" - dedicatória do autor
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"Nesse tempo remoto, eu era muito jovem e vivia com os meus avós numa quinta de paredes brancas da Rua Ocharán, em Miraflores. Estudava em San Marcos, Direito, creio, resignado a mais tarde ganhar a vida com uma profissão liberal, ainda que, no fundo, tivesse gostado mais de chegar a ser um escritor. Tinha um trabalho de título pomposo, salário modesto, apropriações ilícitas e horário elástico: director de Informação da Rádio Pan-americana. Consistia em recortar as notícias interessantes que apareciam nos jornais e maquilhá-las um pouco para que fossem lidas nos noticiários. A redacção, sob as minhas ordens, era um rapaz de cabelo empastado e amante de catástrofes chamado Pascual. Havia noticiários de hora a hora, de um minuto cada, excepto os do meio-dia e das nove, que eram de quinze, mas nós preparávamos vários ao mesmo tempo, de modo que eu andava muito na rua, a tomar cafezinhos na Colmena, às vezes ia às aulas, ou então estava nos escritórios da Rádio Central, mais animados que os do meu trabalho..."
in "A Tia Julia e o Escrevedor" de Mário Vargas Llosa
5 comentários:
Ainda pela 2ª dezena de páginas e já começou a boa disposição! Que chegue como reserva para as próximas jornadas de maior peso, até ao glorioso final de ano com Eça e a Relíquia...
Oh meninas, estou muito mais bem disposta com esta tia Júlia e o escrevedor. Eu avisei! E a primavera vem aí! Bora a animar! :)
Sinto-me feliz por saber da boa disposição das nossas leitoras. A vida só na brincadeira se leva a sério. Continuem a ler, mas não se esqueçam dos passeios à beira do mar e de outras coisas boas da vida. -- Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não fazer! Ler é maçada, Estudar é nada, etc. etc. -- Pela minha parte só poderei pegar no livro lá mais para o fim do mês. Fico triste pelo suplemento de boa disposição que estou a perder :)
Podes crer! Há muito tempo que não lia um livro literariamente tão fixe e que me fizesse rir! Pois percebe-se que rir é preciso (norma a ter em conta na escolha anual das leturas!).
Partilho da opinião geral...estranho, mas divertido.
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