A
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“Por
uma manhã breve de Dezembro, um homem subia de automóvel uma estrada de
montanha. Manhã fina, linear. O homem parou um pouco, enquanto o motor arrefecia,
e olhou em volta, fatigado. Aqui estou. Regressado de tudo. Pelo vale extenso
até a um limite de neblina, viam-se aqui e além indícios brancos de aldeias,
brilhando ao sol. Que dia é hoje? Pelos campos perpassava uma alegria estranha,
talvez do sol e daquele fundo silêncio a toda a volta, sem uma voz repentina
das que sobem e vibram nas manhãs de trabalho. E de súbito lembrou-se: para o
fundo do vale, ouviu o dobre dos sinos do Freixo. Manhã de domingo, manhã de
infância, sinos de outrora…”
In
“Cântico Final” de Vergílio Ferreira
3 comentários:
O diálogo sobre arte entre Mário e o romancista Matos (capítulo II) é promissor.
A mim fez-me sorrir a alusão a Proust :)
A farpazinha ao romance psicológico... da pior maneira.
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