Os leitores que tenham acabado de ler O Lobo das Estepes terão percebido o papel atribuído à música na construção do romance. Sendo uma das obras mais autobiográficas de Hermann Hesse, seria estranho que esta linguagem metafísica e universal, tão querida do autor, não ocupasse lugar de relevo na respectiva criação literária. Todos notámos a importância de Mozart no plano da escrita, só comparável, no domínio da arte literária, à de Goethe.
É deste livro, Música, uma colectânea de textos do escritor, que extraímos os seguintes excertos:
«Nunca nos cansaremos de ouvir falar de Mozart, jamais recusaríamos uma nova e bela melodia para a canção do resplandecente preferido dos deuses, do mesmo modo que acolheríamos com apreço uma nova imagem de Mozart, de alguém sombrio, enigmático, sofredor, alimentado por fontes demoníacas.» - Recensão publicada na revista März, Munique, Janeiro de 1914.
«As óperas de Mozart são para mim a síntese de todo o teatro. São como nós imaginamos o teatro em pequenos, antes sequer de o termos visto: como o céu, repleto de doces sons, ornamentado de dourado e de todas as cores.» - De uma carta de 10-1-1929 a Emmy Ball-Hennings.
«A história da vida de Mozart ultrapassa, em grande parte, o aspecto pessoal, é a história do Espírito na terra, do Génio entre os plebeus; e, aqui, até os reis e as grandes figuras do palco do mundo são plebeus.» - Recensão no jornal National-Zeitung, Basileia, de 9-5-1937.
Por fim, uma citação de Hermann Hesse que está, por assim dizer, na portada do livro:
«O que seria da nossa vida sem a música! Se me tirassem, proibissem ou arrancassem à força da memória, a mim ou a alguém minimamente amante da música, os corais de Bach, as árias da Flauta Mágica ou o Fígaro [de Mozart, como se sabe], isso seria para nós como a perda de uma parte do corpo, de metade ou de todo um sentido.»
Por fim, uma citação de Hermann Hesse que está, por assim dizer, na portada do livro:
«O que seria da nossa vida sem a música! Se me tirassem, proibissem ou arrancassem à força da memória, a mim ou a alguém minimamente amante da música, os corais de Bach, as árias da Flauta Mágica ou o Fígaro [de Mozart, como se sabe], isso seria para nós como a perda de uma parte do corpo, de metade ou de todo um sentido.»
1 comentário:
Palmas para Hesse. A escrita e a música tendem a caminhar muito juntas. O mundo seria muito insípido se qualquer delas não existisse!
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