No seguimento da nossa sessão de sexta-feira, transcrevo declarações de Philip Roth sobre a América de Trump (entrevista publicada no jornal Expresso):
«Ninguém que eu conheça previu uma América como a de hoje. Ninguém
(exceto talvez o ácido H. L. Mencken, que descreveu a democracia americana como
“a adoração de chacais por idiotas”) podia imaginar que a catástrofe que
atingiria os EUA no século XXI, o mais rebaixante dos desastres, surgiria não
sob, digamos, o aspeto aterrador de um Big Brother orwelliano, mas sob a
ameaçadoramente ridícula figura de commedia dell’arte de um bufão gabarolas.
Quão ingénuo fui nos anos 60 ao pensar que era um americano a viver em tempos
absurdos! Quão pitoresco! Mas, afinal, o que é que eu podia saber em 1960 sobre
1963 ou 1968 ou 1974 ou 2001 ou 2016?»
Noutro passo da entrevista, diz o escritor:
«Trump (…) é uma fraude maciça, a soma maligna das suas
deficiências, destituído de tudo exceto a ideologia oca de um megalomaníaco.»
A entrevista pode ser lida aqui:
1 comentário:
O que o escritor sentia no início de 2018, é ainda mais assertivo à medida que nos aproximamos do final de 2019. Trump, uma absurda figura que conseguiu convencer um grande número de americanos a votar em si e a evidenciar este mundo paradoxal em que vivemos...
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