Abri ao acaso e li:
“E assim se passou mais um
ano e dois, três e quatro e cinco e seis. Desde que Tomás pôde contar-me
parcialmente aquilo que na verdade fazia, passei a achá-lo mais despreocupado,
mais descontraído, de melhor humor quando estava em Madrid; as mágoas e as
insónias dele deixaram de ser constantes para se tornarem apenas temporárias,
apareciam ou agravavam-se precisamente antes de ir para Londres e também as
trazia consigo ao regressar, como se precisasse de tempo para se safar da sua
outra vida, das suas outras vidas passageiras, mas provavelmente vividas com
mais intensidade…”
In “Berta Isla” de Javier Marías
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