Natalya Bondarchuck (Hari) em Solaris (1972) de Andrei Tarkovsky
Blogue da Comunidade de Leitores da Biblioteca de S. Domingos de Rana - Cascais - Portugal
29 outubro 2011
24 outubro 2011
SER OU NÃO SER
Qualquer coisa está podre no Reino da Dinamarca.
Se os novos partem e ficam só os velhos
e se do sangue as mãos trazem a marca
se os fantasmas regressam e há homens de joelhos
qualquer coisa está podre no Reino da Dinamarca.
Apodreceu o sol dentro de nós
apodreceu o vento em nossos braços.
Porque há sombras na sombra dos teus passos
há silêncios de morte em cada voz.
Ofélia-Pátria jaz branca de amor.
Entre salgueiros passa flutuando.
E anda Hamlet em nós por ela perguntando
entre ser e não ser firmeza indecisão.
Até quando? Até quando?
Já de esperar se desespera. E o tempo foge
e mais do que a esperança leva o puro ardor.
Porque um só tempo é o nosso. E o tempo é hoje.
Ah se não ser é submissão ser é revolta.
Se a Dinamarca é para nós uma prisão
e Elsenor se tornou a capital da dor
ser é roubar à dor as próprias armas
e com elas vencer estes fantasmas
que andam à solta em Elsenor.
MANUEL ALEGRE
Se os novos partem e ficam só os velhos
e se do sangue as mãos trazem a marca
se os fantasmas regressam e há homens de joelhos
qualquer coisa está podre no Reino da Dinamarca.
Apodreceu o sol dentro de nós
apodreceu o vento em nossos braços.
Porque há sombras na sombra dos teus passos
há silêncios de morte em cada voz.
Ofélia-Pátria jaz branca de amor.
Entre salgueiros passa flutuando.
E anda Hamlet em nós por ela perguntando
entre ser e não ser firmeza indecisão.
Até quando? Até quando?
Já de esperar se desespera. E o tempo foge
e mais do que a esperança leva o puro ardor.
Porque um só tempo é o nosso. E o tempo é hoje.
Ah se não ser é submissão ser é revolta.
Se a Dinamarca é para nós uma prisão
e Elsenor se tornou a capital da dor
ser é roubar à dor as próprias armas
e com elas vencer estes fantasmas
que andam à solta em Elsenor.
MANUEL ALEGRE
23 outubro 2011
O MANEQUIM
Quando Hamlet, Grã Senhor predestinado,
Ressuscitou em mim sua Loucura,
Quis eu, para o trazer de braço dado,
Modernizar-lhe o espírito e a figura:
Pondo-lhe um riso frígido e afiado
Nos lábios retorcidos de amargura,
Modelei-o num fraque bem talhado
Que lhe vincasse os gestos e a estatura.
Depois lhe abri o enigma da Ironia
Para que a sua atroz melancolia
Calçasse luvas… e ostentasse o ar fino.
Hoje, ó meu Grande! ó Príncipe de todos!
Já te posso exibir: Tens belos modos,
E sofres… mas consoante o figurino.
JOSÉ RÉGIO, Biografia
Ressuscitou em mim sua Loucura,
Quis eu, para o trazer de braço dado,
Modernizar-lhe o espírito e a figura:
Pondo-lhe um riso frígido e afiado
Nos lábios retorcidos de amargura,
Modelei-o num fraque bem talhado
Que lhe vincasse os gestos e a estatura.
Depois lhe abri o enigma da Ironia
Para que a sua atroz melancolia
Calçasse luvas… e ostentasse o ar fino.
Hoje, ó meu Grande! ó Príncipe de todos!
Já te posso exibir: Tens belos modos,
E sofres… mas consoante o figurino.
JOSÉ RÉGIO, Biografia
20 outubro 2011
"Hamlet" no cinema
A pedido de uma leitora, aqui se deixam estes linques:
http://www.imdb.com/title/tt0099726/
http://www.imdb.com/title/tt0116477/
http://www.imdb.com/title/tt0171359/
http://www.imdb.com/title/tt0099726/
http://www.imdb.com/title/tt0116477/
http://www.imdb.com/title/tt0171359/
18 outubro 2011
Ser ou Não Ser
O célebre monólogo, numa excelente interpretação do actor brasileiro Daniel Oliveira...
08 outubro 2011
SÉCULO DAS LUZES...
Abro um espaço para referir a leitura, ontem, no Museu Ferreira de Castro, do romance A Religiosa de Diderot. A escolha da obra foi de um prezado elemento da nossa Comunidade que na altura própria disse o que tinha a dizer de tão discutido texto.
Levei o meu livrinho, comprado em 1972 ou 1973, cuja fotografia aqui deixo sobre um lavor em renda de uma tia que já está na Eternidade. Admire-se o belíssimo rosto de Anna Karina, a religiosa do filme de Jacques Rivette no ano já distante de 1966.
Diderot e Grimm, filhos de Belial, lá levaram ao engano o bondoso marquês de Croismare, o qual creditou como verdadeira uma história inventada por aqueles refinados malandros. Diga-se lá que de uma brincadeira não pode sair uma obra séria.
(O romance La religieuse começou a ser redigido por Diderot em 1760. Em Outubro de 1780 iniciou-se a sua publicação na revista Correspondance littéraire.)
07 outubro 2011
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