Se gostas de
caçar,
é sobretudo
nos anfiteatros
que a caça é
abundante.
Oferecem-te
os teatros
muito mais
do que possas desejar.
Aí
encontrarás
desde o
divertimento inconsequente
à mulher a
quem amas realmente,
desde a
amada que desejas conservar
àquela a quem
apalpas fugazmente.
Públio OVÍDIO Nasão, Arte de Amar, tradução de NATÁLIA CORREIA e DAVID MOURÃO FERREIRA,
Lisboa, Vega, 1990, p. 21.
Se acaso te
inquirir uma donzela
quem são
aqueles reis,
que
montanhas, que rios, que lugares
figuram nas
imagens transportadas,
responde
sempre,
responde
mesmo sem que ela te pergunte;
fala como se
a fundo conhecesses
o que nem
pela rama tu conheces;
IDEM, Ibidem, p. 29.
Para quê
enumerar tantas reuniões
propícias à
caça das mulheres?
Os numerosos
grãos de areia
mais facilmente
contarei.
IDEM, Ibidem, p. 31.
8 comentários:
O fundo da foto é muito bonito. "A arte não faz mais que imitar o acaso..." :)
"Renunciar ao que se deseja é frequentemente uma virtude". Quando ao fundo da foto, é, como se percebe, uma coberta de cama. :)
Sempre houve manuais para tudo. Já que estamos em exercícios cinegéticos, recomendo os famosos Livros de Cetraria (caça com falcão), presentes nas nossas bibliotecas reais.
A técnica n/ deve estar longe: fixar a presa, conservá-la sob controle (pelo menos visual) e zás! atacar no momento propício!
O livro fica bem enquadrado na colcha, objectiva e subjectivamente.
Os caminhos por onde estes clássicos nos levam!
Boa! Presumidos caçadores é o que há mais por aí, mas nem sequer leram os "livros da ensinança". Vou ser mais preciso: "Obras dos Príncipes de Avis", Lello & Irmão Editores - falcoaria, cetraria e altanaria(artes de criar e adestrar falcões), montaria (caça a cavalo). --- Vem tudo no meu manual de Literatura Portuguesa Medieval :).
Por fim, só me ocorre dizer: quem não tem falcão,ou cão, que cace com gato. Mas que seja digno das "ensinanças" dos Príncipes de Avis! :) :).
Só um comentário em relação ao fundo: (os fundos em que as coisas se movem ou estanciam, é importante)logo nele reparei, claro, mas não identifiquei bem, porque artesanal não era e, colcha de cama...Só no propósito da imaginação, o que é tão válido como outra coisa qualquer.
Pela imaginação é que vamos (o poeta dizia "pelo sonho"). Quanto à cama, com ou sem colcha, é boa para sonhar.
Songe et mensonge (Lamartine).
Repetindo, como diz Sebastião "Pelo sonho é que vamos" .. talvez por isso não goste de manuais. Nunca gostei :)
Vou tentar a reconciliação com Ovídeo!
Pois este Ovídio é todo método: antecipa o pragmatismo dos manuais americanos- como fazer tudo e mais alguma coisa e ser, naturalmente, bem sucedido...
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