09 maio 2013

Arte de Amar- Engenho e Sedução

A preocupação com a pedagogia ou com o aguçar de técnicas e competências sempre existiu.Senão, sigamos Ovídio:

« Se alguém das nossas gentes não conhece a arte de amar, leia este canto; e, depois de o ter lido, entregue-se, com sabedoria, ao amor. É a arte e as velas e os remos que fazem mover as naus, é a arte que faz mover, ligeira, a quadriga. É a arte que deve reger o Amor.(...). Não vou mentir-te, ó Febo, e dizer que foi por ti que tais artes me foram dadas; nem sou inspirado pelo canto das aves que voam no ar(...) é a experiência que estimula este canto; prestai atenção a um poeta experimentado. É verdade o que canto!»

Conhecimento validado pela experiência, pois! Temos formador!

Planificação da Formação:

«Antes de mais, o que quiseres amar, trata de procurá-lo(...) logo depois, hás-de empenhar-te em fazer ceder aquela que te agradou; em terceiro lugar, farás por que dure longo tempo o amor. Estas são as fronteiras; esta é a pista que há-de assinalar a minha quadriga(...)»

Mosaico- Mérida

 Módulo Introdutório-Locais de «Caça»:

Fóruns e pórticos; o circo; cortejos;banquetes (mas cuidado com a iluminação enganadora); outros lugares:

«E os ajuntamentos de mulheres, tão propícios à caçada? (...) Que posso dizer-te de Baias e das praias à volta de Baias e da água que deita um fumo morno de enxofre?»



 Findo este tema introdutório: « Onde fazer a colheita, o que amar, onde lançar as redes, eis o que, até aqui, te ensinou Talia(...). Agora, com que artes deves conquistar aquela que te agradou, isso é o que preparo para enunciar; é o tema primeiro da minha Arte(...)».

Ovídio, A Arte de Amar, Lx, Livros Cotovia, pp.29, 30 e 37

Desta forma, segue-se, em breve, o Primeiro Módulo: A Sedução

Atenção leitores incautos: a avaliação deste percurso formativo será meramente teórica.


Objectivos:
Fantasia para um guarda-chuva vermelho, especialmente em local chuvoso, mas ameno. Senão Roma,pelo menos Açores.


3 comentários:

Manuel Nunes disse...

A umbrela vermelha desfraldada à chuva! Acreditemos que é em Roma.
Bom contributo formativo (ainda que meramente teórico), e oportuno aviso aos incautos. :)

Maria Amélia disse...

Ora bem: a(s) coisa(s) promete(m)!
Para já, Roma não é, pelo menos o Tibre, aquela estreiteza de água, mas a foto e as ideias (do autor e da comentarista) são de truz. A propósito, vão debitando texto, porque não sei onde vou buscar disponibilidade, temporal e mental, para o Ovídio e uma Arte de Amar que se revela num contexto, afinal,exclusivamente cinegético?!

Paula M. disse...

Presencial, não, até porque o autor do manual já n/ se encontra entre nós há muitos séculos...
Mas conforme for avançado na temática, postarei novos módulos, devidamente condensados.
O teórico convém: já Bocaccio dizia acerca do seu Decameron qualquer coisa como disponibilizar às mulheres histórias para brincarem com o fogo sem se queimarem e c/ uma postura de caçador tão proficiente como a do nosso amigo Ovídio...cautela amigas!