Trabalho apaixonante para um leitor é estabelecer ligações entre as leituras que vai fazendo. Em verdade, nada é completamente novo, tudo está já inventado desde os tempos dos antiquíssimos poemas homéricos. Para isto, os teóricos da literatura descobriram definições com nomes raros, como palimpsesto, intertextualidade e outros. Pergunta-se: - Que há entre A Capital, de Eça de Queirós e os dois romances da foto? Que relações, por um lado, entre Artur Corvelo e Calisto Elói de A Queda dum Anjo e, por outro, Eugène de Rastignac de Le Père Goriot? Este, contemplando Paris do alto do cemitério Père-Lachaise, proferirá, falando para a grande cidade, a frase mais emblemática do romance: «A nous deux, maintenant!». Também Artur Corvelo, partindo à conquista da capital, poderia ter dito o mesmo: «E agora nós, Lisboa!» As intenções são iguais, os resultados é que poderão ter sido diferentes.
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