Mostrar mensagens com a etiqueta "Jubiabá". Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta "Jubiabá". Mostrar todas as mensagens

27 março 2020

Uma carta entre dois grandes!


(Ferreira de Castro e Jorge Amado - foto da net)

Ao fazer algumas pesquisas sobre Jubiabá, encontrei este excerto de uma carta que Jorge Amado escreveu a Ferreira de Castro (cujo original estará no Museu Ferreira de Castro – talvez o nosso coordenador Manuel Nunes possa dizer algo sobre isso…)

“…Venho de passar quatro meses na Bahia, recolhendo um resto de material para um romance sobre negros. Chamar-se-á Jubiabá, nome de um macumbeiro de lá, e espero fazer um livro forte, fixando nas duas primeiras partes — “Bahia de Todos os Santos” e “Grande Circo Internacional” — todo o pitoresco do negro baiano — música, religião de candomblé e macumba, farras, canções, conceitos, carnaval místico — e toda a paradoxal alma do negro — raça liberta, raça das grandes gargalhadas, das grandes mentiras e raça ainda escrava do branco, fiel como cão, trazendo nas costas e na alma as marcas do chicote do Sinhô Branco. A terceira parte — “A greve” — será a visão da libertação integral do negro pela sua proletarização integral. Que acha v. do plano?...”

Não sei o que achou Ferreira de Castro, mas eu achei muito bem e agradeço-lhe por isso!

26 março 2020

Jubiabá para cinéfilos


Jubiabá de Nelson Pereira dos Santos (1987)

Vi hoje e gostei.

O Circo


Le cirque - Georges Seurat (1890-1891) - Musée d'Orsay

Giusepe, um dos donos do grande circo internacional, que bebia para esquecer, contou numa noite a Balduíno, que o circo fazia parte da história da sua família. E também ele tivera os seus tempos áureos. Ele e a sua mulher Risoleta, até ao dia em que um salto mortal lhe acabou com a vida.

“…Naquele outro retrato ela estava em cima do cavalo, com uma perna levantada. Era Júpiter o nome daquele cavalo e valia um bom dinheiro. Ficou com um credor da Dinamarca, numa das vezes que o circo andara lá. Aquele retrato de Risoleta em cima do cavalo fora tirado poucos dias antes dela cair…”

22 março 2020

Lanterna dos Afogados


(Gal Costa)

Esta ligação a Jubiabá e ao capítulo "Lanterna dos Afogados", chegou-nos pela mão da nossa leitora Fátima Coelho. A canção original é dos "Paralamas do Sucesso", aqui numa versão de Gal Costa.

“…
Por que chamara ao botequim de Lanterna dos Afogados, ninguém sabia. Sabiam
porém que ele naufragara três vezes e que correra o mundo todo. Antes de morrer
casou com a amásia, para que ela pudesse herdar o já afreguesado café. Ela o
vendeu a seu António, que de há muito estava de olho nele, devido ao ponto que
era óptimo. António não gostava do nome do botequim. Não via razão para aquele
título esquisito. E dias após a realização do negócio a tabuleta apareceu
mudada. A nova trazia o desenho malfeito de uma caravela da época das
descobertas portuguesas e por baixo um nome: Café Vasco da Gama…”

in Jubiabá, capítulo "Lanterna dos Afogados"

21 março 2020

Zé Camarão / D. António Balduíno

Ruy Mingas ‎- Poema Da Farra [Zip Zip 45 Angola]

E mais uma vez, via José António...

ABC de António Balduíno



(Orquestra Revelia)

E pela mão do nosso leitor e amigo José António, chegou-nos em boa hora, o ABC do António Balduíno. 

Apreciem, que vale a pena!

03 março 2020

“Jubiabá” de Jorge Amado - 27 Março às 21h00


Abro ao acaso e leio:

“…
Eis que vem a música! Agora está dobrando a Rua Direita e já se ouve o som da marcha carnavalesca. No circo todos se levantam. Os que estão nos bancos mais altos da geral espreitam por cima do pano. Os moleques que estão na porta do circo correm e acompanham a Euterpe 7 de Setembro, que vem garbosa, marcial, vestida de verde e azul. Seu Rodrigo da farmácia é um bicho na flauta. O pistão atira sons que ficam vibrando no ar e vão se bater na cabeça de António Balduíno, que foge da barraca e vem olhar a música. Banda bonita. Estão bem vestidos como o diabo. Aquele que vai ali de costas é o maestro. António Balduíno bem que trocava o seu lugar de lutador pelo homem magro que vai de costas dirigindo a Euterpe 7 de Setembro…”

in “Jubiabá” de Jorge Amado