(Ferreira de Castro e Jorge Amado - foto da net)
Ao fazer algumas pesquisas
sobre Jubiabá, encontrei este excerto de uma carta que Jorge Amado escreveu a
Ferreira de Castro (cujo original estará no Museu Ferreira de Castro – talvez o
nosso coordenador Manuel Nunes possa dizer algo sobre isso…)
“…Venho de passar quatro
meses na Bahia, recolhendo um resto de material para um romance sobre negros.
Chamar-se-á Jubiabá, nome de um macumbeiro de lá, e espero fazer um livro
forte, fixando nas duas primeiras partes — “Bahia de Todos os Santos” e “Grande
Circo Internacional” — todo o pitoresco do negro baiano — música, religião de
candomblé e macumba, farras, canções, conceitos, carnaval místico — e toda a
paradoxal alma do negro — raça liberta, raça das grandes gargalhadas, das
grandes mentiras e raça ainda escrava do branco, fiel como cão, trazendo nas
costas e na alma as marcas do chicote do Sinhô Branco. A terceira parte — “A
greve” — será a visão da libertação integral do negro pela sua proletarização
integral. Que acha v. do plano?...”
Não sei o que achou Ferreira
de Castro, mas eu achei muito bem e agradeço-lhe por isso!
1 comentário:
Acertaste em cheio, Custódia, é bem sobre a matéria que neste mês levamos (Jubiabá). Esta carta está compilada no livro "100 Cartas a Ferreira de Castro", com comentários e notas do nosso amigo Ricardo Alves. Tinha pensado escrever sobre ela no blogue do Clube de Leitura do Museu FC, como já escrevi sobre outras, porque este era o livro para a sessão suspensa de Abril e, tal como em SDR, estamos a tentar uma discussão virtual. Se quiseres, faz a migração para o fb.
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