27 março 2020

Uma carta entre dois grandes!


(Ferreira de Castro e Jorge Amado - foto da net)

Ao fazer algumas pesquisas sobre Jubiabá, encontrei este excerto de uma carta que Jorge Amado escreveu a Ferreira de Castro (cujo original estará no Museu Ferreira de Castro – talvez o nosso coordenador Manuel Nunes possa dizer algo sobre isso…)

“…Venho de passar quatro meses na Bahia, recolhendo um resto de material para um romance sobre negros. Chamar-se-á Jubiabá, nome de um macumbeiro de lá, e espero fazer um livro forte, fixando nas duas primeiras partes — “Bahia de Todos os Santos” e “Grande Circo Internacional” — todo o pitoresco do negro baiano — música, religião de candomblé e macumba, farras, canções, conceitos, carnaval místico — e toda a paradoxal alma do negro — raça liberta, raça das grandes gargalhadas, das grandes mentiras e raça ainda escrava do branco, fiel como cão, trazendo nas costas e na alma as marcas do chicote do Sinhô Branco. A terceira parte — “A greve” — será a visão da libertação integral do negro pela sua proletarização integral. Que acha v. do plano?...”

Não sei o que achou Ferreira de Castro, mas eu achei muito bem e agradeço-lhe por isso!

1 comentário:

Emanuel disse...

Acertaste em cheio, Custódia, é bem sobre a matéria que neste mês levamos (Jubiabá). Esta carta está compilada no livro "100 Cartas a Ferreira de Castro", com comentários e notas do nosso amigo Ricardo Alves. Tinha pensado escrever sobre ela no blogue do Clube de Leitura do Museu FC, como já escrevi sobre outras, porque este era o livro para a sessão suspensa de Abril e, tal como em SDR, estamos a tentar uma discussão virtual. Se quiseres, faz a migração para o fb.