17 dezembro 2020

Nagasáqui, Parque da Paz

 

Parque da Paz em Nagasáqui (foto daqui)

“…Os ornamentos típicos, como arbustos e fontes, tinham sido reduzidos ao mínimo, o que transmitia uma sensação de austeridade, com o relvado plano, o extenso céu de Verão e o monumento em si mesmo - uma estátua branca, enorme, em memória das pessoas mortas pela bomba atómica - a dominar todo o recinto.

A estátua parecia um deus grego musculado, sentado com os braços abertos. Com a mão direita apontava para o céu, de onde a bomba tinha caído. Com o outro braço, estendido para a esquerda, estava supostamente a suster as forças do mal. Tinha os olhos fechados em oração.

Sempre tive a sensação de que a estátua tinha um aspeto bastante desajeitado e nunca consegui associá-la ao que aconteceu no dia em que a bomba caiu, nem aos dias terríveis que se seguiram…”

In “As Pálidas Colinas de Nagasáqui”, parte dois, capítulo 8

Ao longo do romance aparecem algumas referências à bomba atómica, mas quase que de forma subtil, como se isso interessasse pouco para o desenrolar do história. Puro engano, digo eu, as influências do ataque nuclear e da guerra estão lá em cada linha, cada parágrafo...


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