25 novembro 2013

DIÁRIO DA LEITURA DO CERCO - 25/11/2013

Cheguei à página 246, fim de mais um capítulo, com a fala de Raimundo Benvindo: “Não vim de tão longe para morrer diante dos muros de Lisboa”. Uma outra forma de dizer, não escapei do naufrágio para vir morrer na praia.
Depois da guerra suja de Santarém, contada a páginas 186 e 187 pelo soldado Mogueime, Moqueime ou Mogeima, ao lado da guerra que se prepara em Lisboa entre cristãos e mouros, corre uma história de avanços e recuos, de hesitações e ciúmes mal definidos, de ousadias e atitudes prudenciais.  
Ela: “Não se dão rosas hoje para dar um deserto amanhã.” Ele: “Não haverá deserto.” Ela: “É só uma promessa, não o sabemos.”
O íntimo rumor que abre as rosas, página 170, autocitação de um verso de Provavelmente Alegria:

É tão fundo o silêncio entre as estrelas.
Nem o som da palavra se propaga,
Nem o canto das aves milagrosas.
Mas lá, entre as estrelas, onde somos
Um astro recriado, é que se ouve
O íntimo rumor que abre as rosas.

 
Faltam 100 páginas. Talvez acabe amanhã.


3 comentários:

Maria Amélia disse...

Depois da sessão, que teve muitas mais ou menos derivas interessantes, sobretudo pela História, reparei que esta visão de assalto a muralha, uma vez mais do pródigo Roque Gameiro, não diz respeito, em principio,a Lisboa, mas sim a Santarém (embora figure nas imagens de Lisboa na net). Trata-se daquela cena descrita, em que a escada foi colocada em cima dos telhados, conforme se vê na gravura--coisa bastante duvidosa, se tivermos em atenção as caraterísticas e fragilidade dos telhados à época...

Manuel Nunes disse...

Claro que diz respeito a Santarém. Só se relaciona com Lisboa porque o soldado Mogueime dela fala na "História do Cerco de Lisboa".

Maria Amélia disse...

A confusão foi minha, porque não tinha ainda lido esse passo. Fica para esclarecimento dos menos avisados, como esta semi-perifrástica que se assina,