Cabral do Nascimento por Abel Manta, descaradamente roubado ao Disperso Escrevedor
O Faroleiro
Apenas este ilhéu é que é pequeno
O resto é tudo grande: o tédio, a vida,
O dia enorme, a noite mais comprida,
E o mar, calmo ou feroz, rude ou sereno;
O tempo, esse narcótico veneno,
A dor, essa letárgica bebida,
O desejo, essa voz enrouquecida,
E a saudade, o distante e branco aceno.
Tudo profundo, imenso, na amplidão,
Eterno quási na desolação
E sobrenatural na solidão.
A luz vermelha a reflectir-se além…
Nenhum vapor que vai, nenhum que vem…
Farol e faroleiro - e mais ninguém
Farol e faroleiro - e mais ninguém
2 comentários:
Assim, de repente, lembrei-me do poema de Álvaro de Campos: "Que somos nós? Navios que passam um pelo outro na noite,..." (Bucólica engripada)
Obrigado por se lembrar de mim, ó Bucólica Engripada. Apesar de todas as maledicências espalhadas a meu respeito, ainda há quem me respeite.
Quando quiser falar-me, passe pela tabacaria.OK?
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