Este é o poema duma macieira.
Quem quiser lê-lo,
Quem quiser vê-lo,
Venha olhá-lo daqui a tarde inteira.
Floriu assim pela primeira vez.
Deu-lhe um sol de noivado,
E toda a virgindade se desfez
Neste lirismo fecundado.
São dois braços abertos de brancura;
Mas em redor
Não há coisa mais pura,
Nem promessa maior.
Miguel Torga, Diário I, 5ª Edição Revista, Coimbra, 1967, p. 23
Vem este belíssimo poema, proposto pelo Manuel, a propósito de muitas coisas.
Uma delas é a Primavera, que se anuncia, através de muitas florações, entre o tímido e o exuberante, em traseiras suburbanas e belos poemas inéditos; outra é o nosso poeta, Miguel Torga, sempre presente, mas agora de forma especial, companheiro de viagem até terras da Lousã, para a Comunidade-geradora-de-outras-comunidades. Por fim, como deixar de assinalar o amor com o qual abro hoje o primeiro livro de poesia que comprei, lá para os idos de 60?
1 comentário:
Grande leitora que a Minha Amiga é!
Miguel Torga, anos 60, quando era conhecido de poucos.
Quanto à tal comunidade-geradora...
etc., temos um novo companheiro para a viagem de autocarro. Quem é?, quem é?
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