Confesso com humilde
sinceridade ter aprendido imenso com as leituras feitas em comunidades de
leitores. Acho que partilho com muitos este sentimento pessoal e transmissível:
ler, por sugestão de outros, obras às quais não chegaria com facilidade.
Nem todos pensarão da
mesma maneira e ainda bem. Há os que têm a sua própria orientação literária
(diria mesmo a sua agenda), sejam ou não como o autodidacta de Sarte no romance
A Náusea. Admiro esses espíritos
fortes e independentes, admiro a sua superioridade de leitores.
Assim, venho para o
computador-máquina-de-escrever martelar estas palavras – que não são
interditas, como as do poema de Eugénio de Andrade – sob os efeitos do livro que
se apresenta aí no ápice da publicação e que vou lendo esta semana por
sugestão de bons confrades ledores. Não fossem eles e convenço-me de que só o
leria na eternidade, local, se assim lhe posso chamar, onde se consegue ler
tudo sem preocupações de tempo ou distância. É lá, certamente, que ainda
conseguirei ler Ulisses, de James
Joyce, e A Cidade de Deus, do Bispo
de Hipona, livros começados mas nunca acabados.
Até esses instantes supremos (instantes em sentido figurado, claro) é procurar ser feliz tanto quando for possível. Tenho-me sentido feliz, lendo os contos de Flannery O’ Connor.
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