Teseu castigando Procustes no seu próprio leito. Proveniência: decoração dum domicílio ateniense, cerca de 440-430 a.C. - Bristish Museum.
Um dos mais célebres feitos de Teseu
foi a captura e morte de Procustes [ver fala de Hipólito no Acto I, Cena I de
Fedra], um salteador da Ática que oferecia guarida aos viajantes e depois os
submetia a uma perversa tortura: fazia-os deitar num leito que tinha em sua
casa, e conforme os membros inferiores dos infelizes excedessem ou ficassem
aquém das dimensões desse leito, assim os cortava com a sua afiada espada ou os
puxava com cordas até atingirem a correspondente medida. Teseu infligiu-lhe igual
suplício.
O leito
de Procustes é objecto de frequentes alusões literárias como situação
tirânica, aflitiva ou redutora da liberdade de criação poética.
Um poetastro moderno deu voz a
Procustes, escrevendo algures:
Reconheço os crimes que cometi, o terror que espalhei
pela Ática, infligindo aos viandantes os suplícios do leito. Via-os chegar
exaustos ao cais do porto onde os esperava, queimados de vento e pó, as
sandálias e as túnicas desfeitas,– de bom grado aceitavam a miragem de repouso
que lhes prometia, etc., etc., etc.
1 comentário:
Foi esse poema que me levou a conhecer o monstro e perceber a referência, sempre actual...e assustadora, por menos física que seja. Por favor, repõe o poema ou indica o link de acesso.
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