Lembrara-me
de uma teoria da paixão.
Imagino a
poesia que há no acaso. Este, chamo-lhe sevilha.
Quarenta e
tal graus, o espaço ocre do museu das belas-artes.
Sorriu. Com
olhos de gás e um rio por cima da seda rubra.
Falo-lhe,
então, de marco polo e da invenção do papel,
a monumentalidade
da catedral, o túmulo de colombo.
Disse-lhe,
enfim: “vê como ferve o recorte da giralda”.
Limitou-se a
sorrir. Estendeu um fio no chão.
------ JOSÉ
LAURINDO LEAL DE GÓIS, O Fogo e a
Lágrima, Porto, Campo das Letras, 2003, p. 73.
2 comentários:
Uma visita no momento certo. Bem vinda Ariadne...
Com quarenta e tal graus e um fio no chão, não há funambulista que tenha a arte e a resistência de o percorrer. Nem com uma teoria da paixão.
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