Ricardo Reis, pelo traço de Almada
Há frases
repentinas, profundas porque vêm do profundo, que definem um homem, ou, antes,
com que um homem se define, sem definição. Não me esquece aquela em que Ricardo
Reis uma vez se me definiu. Falava-se de mentir, e ele disse: « Abomino a
mentira, porque é uma inexactidão.» Todo o Ricardo Reis – passado, presente e
futuro – está nisto.
-- ÁLVARO DE CAMPOS,
“Notas para a recordação do meu mestre Caeiro”, publicado no nº 30, de
Janeiro-Fevereiro de 1931, da revista presença. Também em FERNANDO PESSOA, Textos
de Crítica e de Intervenção, Lisboa, Ática, 1980, p. 271.
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