O título O Romancista Ingénuo e o Sentimental corresponde a um conjunto de conferências proferidas por Orhan Pamuk em 2009 na Universidade de Harvard. Li-as há mais de dez anos, pouco depois da sua publicação em Portugal.
Falando de
romancistas, são também os leitores que estão sob o foco analítico do escritor
turco.
Temos assim o leitor
ingénuo e o sentimental, sendo que este é o leitor reflexivo, o que sente a leitura para lá do mero
entretenimento ou da devassa de vidas excepcionais proporcionadas pela arte do
romance.
Enquanto o leitor
ingénuo, desejoso de conhecer o desfecho dos enredos, abomina muitas vezes as
descrições demoradas e atribui menor importância à profundidade psicológica das
personagens, o leitor sentimental-reflexivo procura aquilo a que Pamuk chama o centro do romance, ou seja, a coerência
interna da obra, por vezes dissimulada no subtexto ou na propensão alegórica da
voz narrativa.
Uns e outros (leitores ingénuos e sentimental-reflexivos) partilham da enorme alegria de ler romances. Ambos se aceitam como sinceros e estimáveis, o que não significa que não tentemos fazer alguma coisa para os tornar melhores.
2 comentários:
Mas temos também que aceitar que entre o leitor ingénuo e o sentimental, haverá outro tipo de leitores a considerar. Um bom tópico para reflexão.
Eu, dependendo do livro que estou a ler, assumo que umas vezes sou leitor sentimental-reflexivo e outras vezes leitor ingénuo.
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