20 junho 2013

MELROS


Desde o poema de Guerra Junqueiro que não via um melro tão bonito.

O MELRO


          O melro, eu conheci-o: 
Era negro, vibrante, luzidio, 
          Madrugador, jovial; 
          Logo de manhã cedo 
Começava a soltar, dentre o arvoredo, 
Verdadeiras risadas de cristal. 
E assim que o padre-cura abria a porta 
          Que dá para o passal, 
Repicando umas finas ironias, 
          O melro; dentre a horta, 
          Dizia-lhe: "Bons dias!" 
          E o velho padre-cura 
não gostava daquelas cortesias. 
(...)

 

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