A questão do novo pendão nacional representou uma das disputas mais renhidas, e com traços caricaturais, que se seguiram à revolução de 5 de Outubro. Para a sua escolha foi constituída uma comissão de que fizeram parte Columbano, João Chagas, Afonso Pala, Ladislau Parreira, Abel Botelho e dois oficiais revolucionários. A disputa era entre a continuação da bandeira azul e branca, suprimindo naturalmente o escudo monárquico, e a criação de uma bandeira verde-rubra segundo a tradição cromática do republicanismo. Segundo é explicado por João Medina em História de Portugal Contemporâneo Político e Institucional, edição da Universidade Aberta, 1994, diziam certos partidários do cromatismo azul e branco que «uma súbita mudança de cores, de desenhos e emblemas na bandeira portuguesa poderia suscitar, nas nossas colónias africanas, a justificada desconfiança dos negros», argumento de que há «um eco no romance semimemorialista de José Rodrigues Miguéis, quando este diz: "receava-se que os pretos, com perdão de quem me ouve, não acatassem a bandeira nova, e se revoltassem, tomando-a por estrangeira."» É evidente que está a referir-se a A Escola do Paraíso. Nós, que temos a leitura fresquinha, sabemos que a ideia foi do impagável Santiago, lançada naquele belo Cap. 30 - República, sou teu. Triunfou a ideia da bandeira que temos: a apresentação oficial deu-se a 1 de Dezembro de 1910 e a publicação no Diário do Governo tem a data de 30 de Junho de 1911.
2 comentários:
...Também achei piada à ideia do pára-arranca...
Acabei agora de ler o romance e ainda estou aqui anestesiada. Não tenho palavras...de tanto que gostei!
Vamos lá ao roteiro, sim!!!
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