23 janeiro 2020

BESTIÁRIO DE "A SELVA" (3)

 Imagens da net - garça, jaburú, maguari

“…

Puseram-se a andar sobre a folhagem que alarmava a floresta com o range-range da pisadura. Depois, Firmino deteve-se, levando o dedo aos lábios:
- Schiu! Agora devagarinho…

E mais além:
-Olhe, olhe!
Por uma fresta da selva vislumbrava-se pequena clareira – o chão negro lamacento e sobre ele pernaltas de linda plumagem. Alberto reconheceu logo a garça nívea e delicada, o jaburú tristonho, o maguari pensativo, como se se houvesse despregado de um templo oriental – e outras mais, muitas outras que só memória prodigiosa identificaria entre a variedade sem fim…
(…)
Indicando as aves esbeltas, que eram mimo de beleza na solidão imperante, Firmino interrogou, pondo o rifle em linha de disparo:
- Quere que mate uma?
- Come-se?
- Para comer não vale a pena gastar bala…
- Então não mate.
…”

Ferreira de Castro, "A Selva", Capítulo VI

2 comentários:

Emanuel disse...

Boa, Custódia, também tinha pensado nestes, mas como no texto é uma série de três, não me ocorreu pôr várias imagens. Mas ficou bem. Superior a passagem do texto em que se refere às aves:« a garça nívea e delicada, o jaburú tristonho, o maguari pensativo, como se se houvesse despregado de um templo oriental.»

Custódia C. disse...

Há uma história/lenda sobre o jaburú tristonho. Tenho que investigar ...