16 março 2020

JUBIABÁ (2)

SPACCA, jubiaba.blogspot.com

«É ruim fechar o olho da piedade… fica só o olho da maldade», frase de Pai Jubiabá. Em língua ioruba (nagô), «Ôju ánun fó ti iká, li ôku!»
A história de um homem e do seu amigo João Janjão, retirantes do sertão por causa da seca, é contada no morro do Capa Negro pelo primeiro. Ele tinha matado o amigo que o salvara da morte, transportando-o às costas na fuga do sertão. O amigo tinha o olho da piedade bem aberto, ele não.
Uma parábola do segundo capítulo de Jubiabá. O homem que só tinha o olho da maldade vivia com a consciência atormentada pelo seu crime. Contou-o ao pai-de-santo e a quem o quis ouvir.
«– Ele tinha-me levado nas costas um dia todo… Ele tinha o olho da piedade bem aberto… Eu quero tirar ele da minha frente e não posso… Ele está ali, bem ali, olhando para mim.»
No fim, «o homem levantou e desceu o morro levando a sua história.»

2 comentários:

Custódia C. disse...

Ah, as histórias do sertão ...

Manuel Nunes disse...

Do sertão, do morro, da cidade, do mar...
Acabei o capítulo "Moleque". Última frase:«Ia ao cais todas as noites e ficava espiando no mar o caminho de casa.» Muito bonito.