CHEIRO DOCE DE FUMO
Li hoje este capítulo de Jubiabá em que de uma forma mais
directa se coloca a questão da exploração dos trabalhadores, aliás das
trabalhadoras, mão-de-obra da indústria de charutos em São Félix e Cachoeira.
As mulheres, mal pagas e a trabalharem em condições infra-humanas, sofriam o
assédio dos patrões, naturalmente as que ainda não tinham perdido o viço da juventude,
porque a maioria, «pálidas e macilentas mulheres de olhos compridos», não as
queriam eles.
«Le melhoro de condição…», dizia o
loiro alemão, proprietário de uma fábrica em Cachoeira, para a mulatinha
pretendida.
Ainda hoje os charutos baianos são
vendidos para todo o mundo. Na foto, a fachada da fábrica de São Félix fundada
em 1872 pelo alemão Gerhard Dannemann (seria algum neto seu o assediador da
mulatinha?), fábrica ainda em actividade naquela cidade do Recôncavo Baiano.
3 comentários:
Ler o romance e depois andar por terras Baianas, deve ser uma sensação de déjà-vu permanente...
Repito a resposta do Fb, canção de Dorival Caymmi:
«Você já foi à Bahia, nêga?
Não
Então vá!»
Não, não fui, mas gostava muito de ir... :)
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