26 março 2020

JUBIABÁ (8)


CHEIRO DOCE DE FUMO
Li hoje este capítulo de Jubiabá em que de uma forma mais directa se coloca a questão da exploração dos trabalhadores, aliás das trabalhadoras, mão-de-obra da indústria de charutos em São Félix e Cachoeira. As mulheres, mal pagas e a trabalharem em condições infra-humanas, sofriam o assédio dos patrões, naturalmente as que ainda não tinham perdido o viço da juventude, porque a maioria, «pálidas e macilentas mulheres de olhos compridos», não as queriam eles.
«Le melhoro de condição…», dizia o loiro alemão, proprietário de uma fábrica em Cachoeira, para a mulatinha pretendida.
Ainda hoje os charutos baianos são vendidos para todo o mundo. Na foto, a fachada da fábrica de São Félix fundada em 1872 pelo alemão Gerhard Dannemann (seria algum neto seu o assediador da mulatinha?), fábrica ainda em actividade naquela cidade do Recôncavo Baiano.


3 comentários:

Custódia C. disse...

Ler o romance e depois andar por terras Baianas, deve ser uma sensação de déjà-vu permanente...

Emanuel disse...

Repito a resposta do Fb, canção de Dorival Caymmi:
«Você já foi à Bahia, nêga?
Não
Então vá!»

Custódia C. disse...

Não, não fui, mas gostava muito de ir... :)