«Já tinha chegado o ano de 1348 da fecunda encarnação do filho de Deus, quando a cidade de Florença, nobre, entre as mais famosas de Itália foi vítima da mortal epidemia.» - Assim se diz na Primeira Jornada deste livro admirável que é o Decameron.
Temendo a peste que grassava na cidade, dez jovens (sete moças e três mancebos) isolam-se numa casa de campo e passam o tempo a contar histórias em cujos enredos se anuncia uma nova moral, sentindo-se já o espírito de abertura do Renascimento.
Dez jovens, dez dias ou jornadas, dez histórias narradas em cada uma das jornadas: cem ao todo. DECAMERON.
Um grande livro que parte de uma situação de infortúnio extremo. Um exemplo, ou um conforto, para os tempos que correm. Quem tiver em casa que leia.
3 comentários:
Chama-se a isto "sentido de oportunidade" :)
Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
------------- lá dizia o Zeca.
Umas coisas vêm atrás de outras, é só pensar :)
Também me tinha ficado na ideia a propósito desta nossa situação atual, sempre gostei de imaginar este contexto de convívio forçado em que o autor (Bocaccio) vai desenvolver aquelas histórias fantásticas e intemporais que o realizador Pasolini tão bem aproveitou! Quem se lembra? E a propósito, tenho 2 exemplares do livro...
A diferença fundamental da nossa situação para aquela do século XIV, para além do essencial da crise, é que só podemos encontrar-nos à distância. Mas hoje até me lembrei que temos condições para partilhar umas histórias...
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