Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?
FERNANDO PESSOA
7 comentários:
Quem enjoa no mar não pode embarcar. Ah, todo o cais é uma saudade de pedra! Este MN é doido.
O Fernando António idem.
Caro MJ, há comprimidos para o enjoo sabia ???
:)
Claro que há, mas o sujeitinho é esquisito: é contra as drogas, só acredita em produtos naturais. Por isso é que fica sempre em terra, problema dele. :)
Eu ouvi declamar este poema no silêncio da Serra de Sintra, num festejado dia 19 de julho...
Foi há tanto tempo!
Se é o dia que eu penso, só sei que gostei demais da declamação e dos poemas, apesar de ter dado, supostamente, a ideia do contrário...terá sido há tanto tempo assim? Quem é que falou em idade prove(c)ta?
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