Abro no último capítulo, e encontro isto:
" Enriquecido com os proventos da sua mercancia, comprara em Lisboa o nosso Jairo uma fiada de casas, corria o ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil quinhentos e dezoito, junto à porta que designam do Corpo Santo. E nas cercanias da sua propriedade passava ele compridas temporadas, transferindo-se a S. Tomé apenas cada biénio, a vigiar qualquer negócio de vulto que se lhe oferecesse. Baixavam-lhe a cabeça os vizinhos, mesteirais de ferro e de latoaria pela sua maior parte, tendo-o por extremado prémio do local. E mudara-se-lhe o estado, isto por efeito das escravas favoritas que sempre o rodeavam, numa perpétua assembleia de bruxas e de onzeneiras, fêmeas que arresolviam quanto cumpria ou não cumpria fazer-se, regaladas pelos doces de tacho e de fornalha que a todo o instante se mandava ir buscar ao mosteiro da Trindade, não longe dali."
Muitas vezes, começo as leituras pelos últimos capítulos.
1 comentário:
Coloquei-o hoje em cima da mesa. A começar este fim-de-semana.
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