Isto está a compor-se: volto aqui, em continuação do post anterior, depois de várias interessantes incursões, no mundo dos azulejos e da pintura, as quais, como era de esperar, me levam à evocação de outros ambientes e reflexões, objetos eventuais de um retorno a estas páginas.
Retomando o fio à meada, no caso pendente, o fio que me (nos) liga a Capri...
Quando visitei a ilha, nos idos de 1997, não estava minimamente preparada para o que me esperava e o pouco tempo de que dispúnhamos também não permitia veleidades, para além do que o tour turístico oferecia. Tinha uma referência importante da arquitetura moderna, a casa mítica de Cúrzio Malaparte, de Adalberto Libera, na Ponta Massullo, um promontório particular sobre o oceano. Consegui vê-la a partir do barco, de bem longe (conforme foto). Mas o que nos levaram a ver de perto, e é aqui que volto à literatura (com a qual não é obrigatória a ligação, mas que naturalmente emerge) e à Arte, sendo que a Arquitetura também entra nessa conta, o que nos levaram a visitar, dizia eu, foi o Museu Axel Munthe, na casa (Vila) que este personagem (não consigo chamar-lhe escritor) construiu no cimo da escarpa em Anacapri, num local onde existiam ruínas, nomeadamente de uma capela dedicada a S. Miguel (San Michele). A casa é fantástica, assim como a coleção de arte antiga. Pertence ao governo sueco, a quem foi legada pelo proprietário. O que achei interessante, foi perceber (agora), que, tal como Pousão e os outros artistas da época, também este médico sueco, com uma vida aventurosa, se apaixonou pela luz de Capri, tendo visitado a ilha pela primeira vez em 1885, pouco tempo depois do nosso herói (imagino que se tenha alojado no mesmo albergue, em Anacapri).
Foi durante a visita da casa que me apercebi do seguinte, e é deste pormenor que desejo falar: a enorme popularidade do museu e da própria ilha, deve-se, em grande parte, à divulgação d' O Livro de San Michele (título em português, coleção Dois Mundos, Livros do Brasil), obra (bastante) autobiográfica, escrita por Axel Munthe, com uma primeira edição em 1929 e que se tornou num best seller mundial. O livro é um mosaico de histórias, um cadinho onde supostamente se forjou a vida fabulosa do autor, incluindo uma espécie de tomada de posse da ilha... E já estou a efabular. O que queria dizer é que, de repente, num local que nem previa visitar, onde provavelmente não voltarei, me dei conta de duas coisas: aquele era um autor e um livro que tinha lido na adolescência e ficara nas profundezas da memória (talvez porque não devo ter captado nem a terça parte do que li) e mais: desfazia-se enfim um enorme equívoco! San Michele não era o Monte Saint Michel! Como se deduz do atrás citado, o nome da Vila deve-se à existência da capela de invocação do Santo.
É claro que, assim que cheguei da viagem, fui logo reler o livro, mas reservo para outras ocasiões os comentários possíveis.
Abreviando: para não acharem que a minha confusão era única e só devida à ignorante adolescência, aí vai um exemplo de capa que demonstra o contrário, ao lado da referida e que apresenta o local corretamente.
Foi durante a visita da casa que me apercebi do seguinte, e é deste pormenor que desejo falar: a enorme popularidade do museu e da própria ilha, deve-se, em grande parte, à divulgação d' O Livro de San Michele (título em português, coleção Dois Mundos, Livros do Brasil), obra (bastante) autobiográfica, escrita por Axel Munthe, com uma primeira edição em 1929 e que se tornou num best seller mundial. O livro é um mosaico de histórias, um cadinho onde supostamente se forjou a vida fabulosa do autor, incluindo uma espécie de tomada de posse da ilha... E já estou a efabular. O que queria dizer é que, de repente, num local que nem previa visitar, onde provavelmente não voltarei, me dei conta de duas coisas: aquele era um autor e um livro que tinha lido na adolescência e ficara nas profundezas da memória (talvez porque não devo ter captado nem a terça parte do que li) e mais: desfazia-se enfim um enorme equívoco! San Michele não era o Monte Saint Michel! Como se deduz do atrás citado, o nome da Vila deve-se à existência da capela de invocação do Santo.
É claro que, assim que cheguei da viagem, fui logo reler o livro, mas reservo para outras ocasiões os comentários possíveis.
Abreviando: para não acharem que a minha confusão era única e só devida à ignorante adolescência, aí vai um exemplo de capa que demonstra o contrário, ao lado da referida e que apresenta o local corretamente.
4 comentários:
Muito interessante. Como no tempo em que por lá andei não tinha esta referência literária, nem sabia sequer da existência do Pousão (incultos que nós somos em gaiatos!), entre Capri e Ischia optei pela última. A ilha era quase selvagem, muito diferente de como está hoje, local de férias de personalidades importantes como Angela Merkel. Tenho fotografias bonitas, do tempo das máquinas de rolo, mas por questões de privacidade não posso mostrar aqui. Certamente compreenderão... :)
Sobre Pousão, já que é disso que se trata, vejam este "site"
http://iha.fcsh.unl.pt/uploads/RHA_8_11.pdf
Parece-me interessante.
Também li o livro na adolescência ... e pelo que me lembro na altura não me entusiasmou por aí além ... tenho poucas memórias. Aguardo o teu comentário à 2ª leitura ...
Entretanto procurei e encontrei na net um filme de 5' sobre a vila/museu:
http://www.capri.com/pt/s/villa-san-michele-axel-munthe
Relativamente ao Mont Sain Michel, ambas sabemos o que pensamos :)
Sim senhora, isto promete e continua... Nunca cheguei até Capri e n/ li o Munthe. Já agora para mim San Michele ...seria um santo. O que aprendemos aqui...Até fico com a cabeça a andar à roda :)
Atenção, ó maldita crise! Em te aplacando os feros ânimos, aqui vamos nós, a caminho do Monte S. Michel, Custódia!
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