Capítulo V,
lido hoje. Ganha consistência o matriarcado vigente na casa da Vessada. Impera
o trabalho das mulheres, mães de facto, como a terra, ou por sublimação do
instinto maternal, caso de Joaquina. Na falta de «aproveitadoiro» dos homens, Estina
casa-se sem amor, ou por amor à Vessada, para robustecer com a aliança matrimonial
a possibilidade de um dia vir a defendê-la da gula dos irmãos: «Casando, ela aumentava
as possibilidades de um dia licitar sobre os bens, manter ainda aquele
aconchego de campos ligados por carreiros brancos, a vessada com a sua presa,
sobre a qual a ramada enfolhava com tons fulvos, reflectindo na água sombras
trémulas a assustar as rãs que pinchavam, mergulhando.» Por contraste, as
primas de Folgozinho, folgam. E chega-se a 1910, quarenta anos depois do
incêndio que arruinou a casa, mandado pôr por uma Prosérpina infernal no
desquite de um homem fraco de carne e coração – o pai da família, Francisco
Teixeira.
2 comentários:
Só comecei hoje a ler, estou a entrar devagarinho neste universo de mulheres fortes e decididas...
Estupendo, Custódia, ainda vais a tempo. A partir do terceiro capítulo, com as referências adquiridas, já a leitura se torna mais fácil. Mas não muito.
Vamos tentando perceber o labirinto, que cada um deite a mão ao seu fio de Ariadne.
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