18 fevereiro 2020

A SIBILA (7)


TUER LE MANDARIN

Lembra-se em  A Sibila que a expressão é de Rousseau (do livro filosófico Emile), depois replicada por Chateaubriand em Génie du christianisme e creio também em Le Père Goriot por Balzac. Assim, Eça de Queirós foi mais um a recorrer à imagem. “Tuer le mandarin” (“Matar o mandarim”) significa um acto feito em proveito de alguém ao abrigo de qualquer responsabilização. No romance de Agustina (Cap. XVI), o tema é introduzido na relação de Abel com a filha: «”A solução destas vidas é sempre uma herança” – pensava. E lia nos olhos de Germa a previsão fria da sua morte, falava muito na imagem de Rousseau, a mágica campainha que suprimiria aquele mandarim que, no mesmo instante, nos fazia senhores das suas fabulosas riquezas.»

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