TUER LE MANDARIN
Lembra-se em A Sibila que a expressão é de Rousseau (do
livro filosófico Emile), depois replicada
por Chateaubriand em Génie du christianisme
e creio também em Le Père Goriot por
Balzac. Assim, Eça de Queirós foi mais um a recorrer à imagem. “Tuer le
mandarin” (“Matar o mandarim”) significa um acto feito em proveito de alguém ao
abrigo de qualquer responsabilização. No romance de Agustina (Cap. XVI), o tema
é introduzido na relação de Abel com a filha: «”A solução destas vidas é sempre
uma herança” – pensava. E lia nos olhos de Germa a previsão fria da sua morte,
falava muito na imagem de Rousseau, a mágica campainha que suprimiria aquele
mandarim que, no mesmo instante, nos fazia senhores das suas fabulosas
riquezas.»
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